Dicas:
1) Prestar atenção no horário de saída e retorno da barca, para aproveitar o tempo disponível na ilha ao máximo, pois aos finais de semana, há espaço de até 90 minutos entre viagens.
2) Paquetá tem muita história, que data até mesmo antes da fundação da cidade do Rio de Janeiro. Vale a pena dar uma lida sobre essa história antes de embarcar numa viagem que parece voltar mais de 50 anos no tempo. Link 1 História: http://www.ilhadepaqueta.com.br/historia.htm, Link 2 História + Dicas: https://ilhadepaqueta.wordpress.com/2011/08/12/historia-da-ilha-de-paqueta/
3) Como passeio é todo em estrada de terra, sem subida e sem automóveis, qualquer pessoa pode pedalar em Paquetá e com qualquer tipo de bicicleta, porém não aconselho "estradeiras".
Mapa do Pedal:
https://www.strava.com/activities/293257079
Sobre o trajeto:
O passeio na ilha de Paquetá é um dos passeios mais calmos e seguros que você pode fazer no Rio de Janeiro (e possivelmente no Brasil). A ilha de Paquetá fica no meio da Baía da Guanabara e fica mais próxima dos municípios de Magé e São Gonçalo do que do Rio de Janeiro. Paquetá foi um dos primeiros lugares ocupados pelos europeus nessa região, e os primeiros a chegar ali foram os franceses, o que motivou Portugal a enviar Estácio de Sá para a região para proteger as terras. Ao longo dos anos Paquetá continuou sendo peça importante na colonização do Brasil ao ser destino do Rei Dom João VI e sua corte e mais tarde ser a casa (e prisão) de José Bonifácio após a independência brasileira. Rastros dessa história estão evidentes ao pedalar pelas poucas ruas que a ilha tem em seus 1,2km2.
As praias são bonitas e oferecem algo que não se acha em praticamente nenhum outro lugar no Rio de Janeiro: Visual da serra dos órgãos (Teresópolis), Niterói, Duque de Caxias e, obviamente, do Rio de Janeiro. Se o dia estiver bonito, o contraste entre as praias e pedras, Baía da Guanabara, céu e montanhas ao fundo farão do mais iniciante fotógrafo, um grande artista.
O pedal em Paquetá deve acontecer sem pressa, para curtir o visual e imaginar como era o Rio de Janeiro antes de 1950, pois vestígios dessa época estão presentes na arquitetura, como casas, ruas e até nos postes de iluminação. Bicicletas e charretes são os únicos meios de transporte autorizados na ilha, por isso, o que mais se vê em todos os cantos são bicicletas. O que me chamou atenção foi a quantidade de bicicletas elétricas em uma ilha tão pequena e sem morros. Até os "táxis" de bicicleta eram feitos com bicicletas elétricas. O "Centro", composto pelas ruas próximas a estação das barcas, concentra a maior parte do comércio, restaurantes e pousadas e é a única parte da ilha que conta com ruas de paralelepípedo. Ali você pode tomar um café da manhã na padaria, almoçar em um dos restaurantes ou botecos (não há muita oferta e não é o forte da ilha) e comprar lembranças.
Mas a ilha, assim como a Baía da Guanabara, não é bem cuidada. Algumas partes estão largadas e chegam a ser decadentes. Como a água da baía (e de todas as praias) é poluída e imprópria para banho, mesmo em um dia quente, não há a menor vontade de dar um mergulho, algo que se fosse possível, transformaria Paquetá em um dos grandes pontos turísticos do Rio. Por enquanto, o mais gostoso é aproveitar um pedal de 2-3 horas, viajando no tempo, história e imaginação.
Vídeo:
Fotos:
